O mundo moderno mudou os valores atribuídos às necessidades que o ser humano e a sociedade buscam.
As novas tecnologias, a concorrência por melhores empregos e oportunidades, a busca por um melhor status e nível social alteraram a visão e os valores da sociedade moderna em todas as suas facetas.
Em função dessas mudanças, a educação e a formação, sejam em escola ou na universidade, também sofreram transformações.
Os valores atribuídos a formação que deveriam se pautar na criação de um ser humano mais completo, onde suas competências seriam criadas, desenvolvidas e aprimoradas, foi substituído por uma busca incessante e, até, insana pelo conhecimento a qualquer custo.
Não se tem, nos dias atuais, paciência e “tempo” para um desenvolvimento harmonioso das competências pessoais e profissionais, busca-se estar no mercado de trabalho o mais rápido possível e, para isso, não se pode mais perder tempo.
Para não estarem à margem da “Sociedade do conhecimento”, as universidades estão transformando o seu ensino em apenas reprodutores de um conhecimento que se torna efêmero, passageiro e transitório.
Como afirma Chaui, no texto A universidade pública sob nova perspectiva, a formação acaba sendo rápida, objetiva e superficial.
As instituições de ensino precisam rever seus conceitos e sua responsabilidade na formação de cidadãos que possuam não só o conhecimento, mas sim opinião crítica e competência para discutir os assuntos relevantes que envolvem a sociedade moderna.
Não se deve elaborar um plano de ensino apenas em função do mercado de trabalho, mas sim em função da formação completa, abrangente e que desenvolva competências pessoais e profissionais.
Portanto, deve-se rever todo o conceito de ensino das universidades, para que se possam definir novos planos de ensino condizentes com as necessidades de formação ampla e harmoniosa dos seres humanos e não somente na urgência e necessidade de uma ou outra empresa.
Em contrapartida, os indivíduos também devem se preocupar com o seu aprimoramento de forma ampla e sem a loucura de adquirir conhecimento a qualquer preço sem a real consciência dos objetivos, funções e importância desse conhecimento.
REFERÊNCIA:
CHAUI, Marilena. A universidade pública sobre nova perspectiva. Revista Brasileira de Educação, p. 5-15.
Por Fabio Cunha*
* Técnico de Futebol; mestre em Ciências do Movimento (UnG); pós-graduado em Metodologia da Aprendizagem e Treinamento do Futebol (UGF); pós-graduado em Psicologia Esportiva (UCB); pós-graduado em Treinamento, Técnicas e Táticas Esportivas (Fac. Pitágoras) e Bacharel em Esporte com Habilitação em Treinamento em Futebol (USP). Autor dos livros: Torcidas no futebol: espetáculo ou vandalismo? e Técnico de futebol: a arte de comandar. Palestrante em cursos, seminários e congressos em todo o Brasil.