Muito se pergunta:
O que é mais importante na formação de jovens atletas de futebol?
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Hoje o futebol exige atletas mais completos, que sejam versáteis, que façam mais de uma função, que tenham intensidade e comprometimento. Mas um dos aspectos mais importantes, se não for o mais importante, na formação de um atleta é o desenvolvimento da INTELIGÊNCIA DE JOGO.
Esse conceito de inteligência de jogo é um conceito específico para o futebol, para a dinâmica do jogo, não tem relação com QI (Quociente de Inteligência), com inteligência lógico-matemática, até porque existem vários tipos de inteligência. Mas esse não é o tema desse texto.
É claro e notório que um atleta de alto rendimento deve ter uma boa condição técnica, tática, física e psicológica, mas com exceção dos atletas “fora de série”, o futebol moderno exige atletas com uma boa tomada de decisão, que resolvam os problemas do jogo de forma eficiente e eficaz e que tenham uma leitura de jogo apurada.
Esse desenvolvimento e aperfeiçoamento da Inteligência de Jogo deve ocorrer desde a iniciação do futebol. Não é necessário esperar as idades mais avançadas para iniciar esse trabalho, claro que o estágio maturacional deve ser levado em consideração na escolha das atividades.
Colocar exercícios onde o atleta se sinta desconfortável, que tenha que achar soluções por conta própria é o segredo da formação. Treinadores/Professores devem ajudar e orientar na solução dos problemas, mas não devem, em hipótese alguma, definir tudo que o atleta deve fazer. Aqueles profissionais que passam os treinos e jogos narrando o jogo, dizendo tudo que o atleta deve fazer, para onde correr, onde se posicionar, para quem passar, quem deve marcar, enfim… em vez de auxiliar, estarão atrapalhando o processo de formação de jogadores mais inteligentes.
Para concluir coloco que não devemos nunca abandonar o desenvolvimento das habilidades técnicas do futebol na iniciação, mas não se deve focar nisso e esquecer a formação mais completa, que inclui o aperfeiçoamento da INTELIGÊNCIA DE JOGO.
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Por Fabio Cunha
* Técnico de Futebol; Coordenador Técnico da A. D. Guarulhos; Professor da Faculdade de Educação Física da Unifieo; Mestre em Ciências do Movimento (UnG); Pós-graduado em Metodologia da Aprendizagem e Treinamento do Futebol (UGF); Pós-graduado em Psicologia Esportiva (UCB); Pós-graduado em Treinamento, Técnicas e Táticas Esportivas (Fac. Pitágoras) e Bacharel em Esporte com Habilitação em Treinamento em Futebol (USP). Autor dos livros: Torcidas no futebol: espetáculo ou vandalismo? e Técnico de futebol: a arte de comandar. Palestrante em cursos, seminários e congressos em todo o Brasil.
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