ENTREVISTA IGOR OLIVEIRA – ANALISTA DE DESEMPENHO

Nessa entrevista falamos com o analista de desempenho do Bolivar (Bolívia), Igor Filipe Oliveira*.

Igor Filipe Oliveira

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Quais são as atribuições do analista de desempenho?

Responsável pelo material e informações qualitativas e quantitativas da sua equipe e adversário tanto individual, setor ou global.

Qual a formação necessária para exercer essa função?

Ainda não há uma regulamentação da área. Então, as pessoas podem se capacitar com os cursos ofertados.

Existe diferença entre fazer análise de jogos da equipe e dos adversários para quem faz estatísticas individuais de atletas?

Sim, pois as equipes são semelhantes em comportamentos, mas não iguais. Cada um tem uma necessidade específica diante da realidade local.

Como o analista deve se relacionar com o treinador para que este não ache que o analista está tentando determinar a forma de jogar ou a escalação em função da sua análise?

O analista é um facilitador. O treinador é quem toma as decisões finais. Essa relação de confiança deve ser seguida com sugestões, saber ouvir o outro lado (do treinador) para saber como se expressar.

Você acha que os clubes de alto rendimento que não possuem analista de desempenho estão defasados?

Atualmente creio que todos os clubes têm, não só analistas, como departamentos estruturados. Vivemos numa era de gestão de informação. Todos os dados coletados servem para uma melhor tomada de decisão. E, principalmente, a velocidade como estão processadas diante de um calendário corrido que nós temos. A preparação do próximo jogo sempre começa com as informações pontuais dos analistas.

Qual a importância da análise de desempenho nas categorias de base? Como esse profissional pode atuar na formação de atletas?

Atua na sensibilidade de saber o progresso de formação do atleta. É uma época de aprendizagem e em cada categoria você tem um volume de informações a serem trabalhadas.

Como você vê o mercado atual da análise de desempenho?

Bem consolidado. Tanto os clubes e as comissões técnicas têm aderido cada vez mais. E a análise se desenvolveu de forma rápida, que hoje existe o analista de mercado e de dados.

Qual a sua visão sobre o futuro da análise de desempenho no Brasil?

Veio para ficar. Cada vez mais consolidada e mais profissionais inseridos no mercado. Futebol evolui.

Quais dicas você daria para quem quer ingressar nessa área? Existe um caminho a seguir?

Primeiro, um plano de metas de carreira: Onde quero estar nos próximos três anos, por exemplo?

Segundo, ser paciente, pois é por meio do profissional que sairá as principais informações.

Terceiro, saber ouvir. O analista ouve mais do que age.

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*Igor Filipe Oliveira é analista de desempenho do F. C. Bolivar (Bolívia). Foi consultor de análise do Kashima Antlers (Japão) e analista de desempenho do Red Bull Bragantino (SP), C. R. Flamengo (RJ), Globo F. C. (RN), ICASA (CE), América F. C. (RN), A. D. Confiança (SE). Graduado em Educação Física pela Universidade Federal de Sergipe.

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ENTREVISTA WESLEY CARVALHO – TREINADOR DE FUTEBOL

Nessa entrevista falamos com Wesley Carvalho*, treinador de futebol.

Qual a formação necessária para ser técnico de futebol? Existe algum curso específico?

Na minha opinião acredito que o necessário para ser um treinador tem que ter uma formação acadêmica, “Educação Física, Administração com foco em Gestão de Pessoas, Psicologia…” além de conhecimento dentro da área, experiência como atleta ou treinador formador a muito tempo. Existem hoje cursos na CBF Academy (Licenças A, B e C) que lhe oferecerá um embasamento, entretanto terá alguns requisitos para ingressar nos mesmos, definidos pela gestão do próprio curso, isso para definir em qual Licença o profissional irá iniciar. Isso tem no regulamento das Licenças. 

Como a formação dos técnicos de futebol no Brasil está em relação à formação no exterior?

Pelo que tenho observado estão bem equiparadas, mesmo porque nas Licenças A e B, que cursei na CBF Academy, tivemos instrutores europeus trazendo ótimos conteúdos, talvez o que eles tem em vantagem são as competições, promovem vários torneios para levar aos atletas e treinadores a experiência desde cedo contra equipes de nível alto.

No futebol se valoriza muito os ex-atletas para assumirem cargos de direção técnica, mesmo sem formação alguma, realmente a experiência como jogador é fundamental para a função de técnico?

Podem até ter alguns que irão valorizar pelo fato do indivíduo ser um ex-atleta ou um ex-ídolo, entretanto pelo regulamento das competições da CBF “Brasileirão Profissional e Sub-20 / Sub-17, Copa do Brasil Profissional e Sub-20 / Sub-17”. São obrigatórios que os treinadores estejam com as Licenças correspondentes para poderem entrar na súmula, então esses ex-atletas terão obrigatoriedade de cursá-las. Assim como o Campeonato Paulista em todos os seus campeonatos, seguem os mesmos protocolos de regulamento.  Porém, não podemos descartar que a experiência vivida durante vários anos dentro deste esporte por esse profissional seja irrelevante, é uma variável importante sim, mas não a faz como prioridade para definir quem será bem-sucedido como treinador.

Como o mercado do futebol vê os profissionais que querem ingressar nessa área, mas que não atuaram como atletas profissionais?

Vejo como normal, o que os pretendentes ao cargo de treinador de futebol têm que fazer é buscar conhecimento, seja ele ex-atleta ou não, como um pretendente que não é ex-atleta deverá gerar oportunidades melhores? Buscando primeiro fazer os cursos da CBF Academy, conhecimento teórico, para ter condições de gerar oportunidades de obter experiências inicialmente pelas divisões de base dos clubes. Os campeonatos Brasileiros Sub-20 e Sub-17 e Copa do Brasil Sub-20 e Sub-17, além do Campeonato de Aspirantes, nos dão uma grande oportunidade de crescimento. 

Hoje se valoriza muito a profissão de técnico de futebol, você acredita que os profissionais estão realmente preparados para essa valorização?

“Vivemos num aprendizado constante”. Apesar de entendermos que estamos preparados e prontos para toda a demanda que um profissional, seja ele do futebol ou de qualquer outra profissão, sempre vamos aprender algo novo. Mas… acredito que temos muitos treinadores capacitados e preparados para tal função.

Quais seriam os profissionais que deveriam integrar a comissão técnica de uma equipe de alto rendimento, na base e no profissional?

Comissão Técnica Base: Treinador; Assistente técnico; analista de desempenho; Preparador Físico; Assistente Preparador físico; Treinador de Goleiro; Fisiologista (geralmente esse atende Sub-20 e Sub-17); assistente de fisiologia; Psicólogo; Nutricionista.

Comissão Técnica Profissional: Treinador; 3 assistentes Técnicos; 2 Analistas de desempenho; Preparador Físico;2 Assistentes Preparadores físicos; Treinador de goleiros; Assistente Preparador de goleiros;  Coordenador Científico; Fisiologista; assistente de Fisiologia; Psicólogo; Nutricionista; Assistente de nutrição.

Como é a remuneração dos profissionais, existe algum padrão, piso ou teto salarial?

A remuneração ela é aleatória, cada um discute e fecha seus contratos, existem alguns padrões de mercado, como multas de 2 salários no caso de demissão, mas…. isso é muito peculiar a cada clube e treinadores.

Em sua opinião, existe um perfil de liderança ideal para o técnico de futebol?

Ser treinador é ser mais que um líder propriamente dito, mesmo porque ele vai demandar de vários conhecimentos para gerir seus próximos: Diretoria, comissão, staff, atletas, empresários e familiares. Isso sem falar nos externos, que o treinador não tem como mudar, mas conviverá com eles; torcida e imprensa. Então esse líder terá que usar todas as ferramentas disponíveis da gestão administrativa e contar com seus integrantes da comissão para dar conta de toda essa demanda.  Entretanto acredito muito a sinceridade, verdade, para que o treinador tenha uma coerência em todas as suas decisões.

Qual a sua visão sobre o futuro do futebol no Brasil?

Melhoramos muito, entretanto não temos como desassociarmos futebol do resto da sociedade, o futebol é um empreendimento que pode mudar pessoas, vidas e gerar oportunidades para muitos que talvez não teria outra oportunidade na vida. Então temos muito a crescer em todos os aspectos.

Quais dicas você daria para quem quer ingressar nessa área? Existe um caminho a seguir?

Acredite nas suas convicções e busque o conhecimento teórico e prático constantemente, assim se tornará um grande profissional. E não o guarde só para você, pois ensinando também se aprende!!!

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*Wesley Carvalho é treinador de futebol, formado em Administração de Empresas com ênfase em Gestão de Pessoas pela FTC e possui as Licenças A e B de treinadores da CBF. Trabalhou nas equipes do E. C. Vitória (BA). E. C. Bahia (BA) e S. E. Palmeiras (SP), tanto em categorias de base como no profissional. Foi auxiliar técnico da Seleção Brasileira Sub-20 em 2018.

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ENTREVISTA RAFAEL SEPEDA – ÁRBITRO ASSISTENTE

Nessa entrevista falamos com Rafael Sepeda*, árbitro assistente de futebol, sobre essa tão difícil e importante função dentro de uma partida de futebol.

Rafael Sepeda

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Qual a formação necessária para exercer essa função? Existe um curso específico?

A formação necessária é ter o ensino médio completo e ser maior de 18 anos e fazer um curso de formação para Árbitro de Futebol, que é ministrado pelas Federações Estaduais. O curso é o mesmo para Árbitros e Árbitros Assistentes, ao final do curso é que o aluno escolhe a função que quer seguir. E, pelo menos duas vezes no ano, todos do quadro são submetidos a provas físicas e teóricas, que são habilitadoras para poder trabalhar nos campeonatos. Esses são os requisitos básicos para ingressar no quadro de Arbitragem das Federações locais. Para ingressar no quadro de Árbitros da CBF é necessário ter no máximo 35 anos e ter formação em curso superior, em qualquer área e ser indicado pela Comissão de Arbitragem de seu Estado.

Como é a preparação de um árbitro de futebol?

A preparação de um árbitro de futebol é muito parecida com a de um atleta de futebol. Treinos físicos diários, academia, acompanhamento nutricional e psicológico.

Quais as grandes dificuldades que você vê na área e o que fazer para mudar esse quadro?

A grande dificuldade na área é ter que conciliar a profissão com a atividade de Árbitro de Futebol (viagens, cursos, preparação física e outros). A solução para mudar esse quadro é profissionalizar a categoria, assim poderíamos exercer com exclusividade a atividade de Árbitro de Futebol.

Como é a remuneração de um árbitro assistente nas categorias de base, no amador e no profissional?

A remuneração (taxa por jogos) dos árbitros é definida pelas federações locais, nos campeonatos estaduais e pela CBF, nos campeonatos brasileiros. Cada divisão e categoria tem uma taxa de arbitragem específica.

Você acha que os árbitros e os árbitros assistentes de futebol no Brasil deveriam ser profissionais?

Com certeza a categoria deveria ser profissionalizada. Mas, para isso acontecer, precisa ser muito bem debatido entre as partes. Esse assunto parece ser simples, mas tem muitas outras coisas envolvidas.

Você acha que existe respeito pela figura do árbitro e do árbitro assistente de futebol por parte da imprensa, torcida, jogadores e dirigentes?

Sim. Existe respeito pela figura do Árbitro. Todos nós sabemos que o futebol mexe muito com a emoção das pessoas envolvidas, por isso algumas vezes temos excessos, mas em geral esse respeito existe.

Qual a sua visão sobre o futuro da arbitragem no futebol brasileiro?

O futuro é promissor, cada vez mais as Federações e a CBF investem na Arbitragem, com cursos, treinamentos, melhorias na remuneração e outros investimentos. Tudo isso corrobora para uma melhor atuação da equipe de arbitragem em um jogo.

Quais dicas você daria para quem quer ingressar nessa área? Existe um caminho a seguir?

A principal dica que eu posso dar é: quem tem interesse na atividade que inicie o quanto antes, pois algumas etapas na caminhada de um Árbitro envolvem a idade. Procure a Federação de Futebol do seu Estado para se informar sobre o curso de formação de Árbitro de Futebol. Além disso, deve estudar muito o Livro de Regras de Futebol e se dedicar ao treinamento físico para poder suportar os noventa minutos de um jogo.

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*Rafael Sepeda de Souza é árbitro assistente de futebol da FERJ (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) desde 2011; árbitro assistente de futebol da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) desde 2019; árbitro assistente de vídeo da CBF desde 2021. Graduado em Fisioterapeuta.

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