ENTREVISTA CESAR SBRIGHI – MARKETING ESPORTIVO

Nessa entrevista falamos com o profissional de marketing Cesar Sbrighi*.

Cesar Sbrighi

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O que acha do mercado de marketing esportivo no Brasil? Estamos muito longe do mercado americano e europeu?

Eu acredito que o mercado brasileiro evoluiu muito nos últimos anos, tanto em estrutura como em know-how. Infelizmente, esta evolução veio acompanhada da maior recessão econômica de nossa história e isso atrapalhou muito.

Acredito que diminuímos muito esta distância com relação ao mercado externo, mas marketing esportivo é algo que tem muito a ver com a cultura do país, por isso é um processo demorado. As empresas aos poucos precisam enxergar as oportunidades e ver marketing esportivo como um meio para se comunicar com seu público. No exterior, é muito comum as empresas de médio e pequeno porte investirem em esporte, aqui no Brasil é algo que só é vislumbrado por empresas grande.

Como os grandes eventos esportivos (Jogos Pan-americanos Rio 2007, Copa do Mundo 2014 e Jogos Olímpicos Rio 2016) podem ajudar na evolução do marketing esportivo no Brasil?

Eu acredito que estes grandes eventos foram fundamentais para que chegássemos neste estágio de desenvolvimento do marketing esportivo. As estruturas físicas que foram montadas possibilitam a recepção dos mais diversos eventos esportivos, desde as cadeiras até os banheiros agora tem uma qualidade muito mais adequada.

Além disso, os profissionais que trabalharam nestes eventos hoje em dia têm muito mais capacitação do que era possível ter a dez anos atrás. Eu, por exemplo, fui estudar no exterior, pois não existiam cursos bons aqui no Brasil. Hoje em dia, temos diversos cursos e livros em português sobre o assunto.

Quais as áreas de atuação que um profissional de marketing pode exercer no esporte?

Acredito que existem diversas possibilidades para os profissionais da área atuar, as grandes áreas seriam operação e comunicação. Na área de operação, temos a produção dos eventos em si entrando em contato com os atletas ou ainda fazendo a operação de uma arena ou evento. Na área de comunicação, temos desde a área comercial que acredito que é a mais fácil de entrar, pois sempre se precisa de profissionais que façam captação de recursos e patrocínio até a área de estratégia de comunicação, passando ainda pela assessoria de imprensa e as mídias sociais.

Quais as principais dificuldades que um profissional de marketing encontra para atuar no esporte, dirigentes, patrocinadores, modalidades, mídia?

Acredito que com os grandes eventos, como acontece em todo lugar do mundo, aumentou o número de profissionais qualificados na área de marketing esportivo e por isso, existe um período de acomodação, pois a oferta de profissionais é maior que a demanda.

Os clubes e federações são entidades políticas por isso, muitas vezes existem muitas indicações para as vagas. Por outro lado, as empresas normalmente têm processos seletivos duríssimos, pois tem muita gente querendo atuar na área.

Acredito que não só para marketing esportivo, mas como para qualquer emprego o importante é ter um network. Eu, por exemplo, comecei como voluntário e fui conhecendo as pessoas.

Qual a formação necessária para exercer essa função?

Não acredito que haja uma formação específica para a área, qualquer pessoa com formação em administração, esporte, marketing, comunicação pode exercer a profissão com tranquilidade, desde que seja apaixonado por esporte.

Você acha que as faculdades e cursos de gestão e marketing estão prontos ou preparados para formarem novos profissionais de marketing esportivo no Brasil? O mercado está pronto para aceitar esses profissionais vindos das faculdades?

Eu acredito que as faculdades e os cursos têm evoluído muito no Brasil, acredito que ainda falta algumas grandes instituições educativas criarem cursos de mais longo prazo. O mercado está muito concorrido, por isso é muito importante ter a parte teórica bem afiada. Vejo muitas possibilidades para quem se prepara bem.

Qual a sua visão sobre o futuro do marketing esportivo brasileiro?

Acredito que estamos evoluindo e espero que se torne referência em criatividade num futuro próximo, pois veja cada vez mais profissionais capacitados no mercado.

Quais dicas você daria para quem quer ingressar nessa área? Existe um caminho a seguir?

Na minha opinião, o principal é ter a parte teórica bem clara e criar um network com profissionais da área. Acredito que trabalhar como voluntário em grandes eventos é a principal porta de entrada para o mercado. A partir daí você começa a conhecer outros profissionais e empresas da área e uma coisa puxa a outra. Às vezes, montar um projeto esportivo é uma maneira de mostrar seu conhecimento e conhecer pessoas também.

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*Cesar Sbrighi é profissional de Marketing Esportivo a mais de 18 anos, principalmente com a organização de grandes eventos esportivos e desenvolvimento de parcerias estratégicas e patrocínios. Atual gerente de marketing na Arena Corinthians com o desenvolvimento de produtos, suporte à área comercial, gerenciamento de marca e experiência do torcedor; Foi gerente de marketing / ticketing na FIFA, onde liderou os projetos Copa do Mundo 2014 e Copa das Confederações 2013; Autor de um dos livros mais bem vendidos na área de marketing esportivo e fundador de um dos primeiros sites sobre marketing esportivo na América do Sul; Foi gerente de produto (ticketing) nos XV Jogos Pan-americanos 2007, Copa do Mundo de Futebol de Areia da FIFA em 2006 e2007 e Copa do Mundo de Futsal da FIFA em 2008; Foi Diretor de Marketing Esportivo na ONSports, com a produção e comercialização de eventos esportivos para TV (Globo, Gazeta e Sportv) e internet; Formado na Universidade de São Paulo – USP; Especialização em marketing esportivo na New York University – NYU.

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