A BUSCA DO “CORPO PERFEITO”

Busca do corpo perfeito, beleza a qualquer custo, culto a estética, termos em alta no meio das academias e dos praticantes de atividade física. Mas é aí que mora o perigo. O problema não é focar nesses objetivos e sim como alcançá-los. Quando se fala em saúde, os meios não justificam os fins.

Fonte: Pixabay

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Todos querem um corpo legal com saúde, e isso pode ser conseguido. Praticando exercícios com acompanhamento de um profissional qualificado e controlando a alimentação pode-se alcançar os efeitos desejados. Os grandes problemas são o excesso e a impaciência, ou seja, muitos querem chegar ao “corpo perfeito” muito rápido.

Cada pessoa tem um ritmo e uma velocidade para atingir o desenvolvimento físico do corpo. Existem limitações físicas, fisiológicas e genéticas. Não adianta pensar que o que serviu para A servirá para B e vice-versa. O treino deve ser individualizado.

A orientação e a condução dos treinamentos por um profissional capacitado é fundamental para o desenvolvimento harmonioso do corpo e sem risco à saúde. Muitos profissionais estão se especializando nessa área para oferecer o melhor serviço. O aluno tem o direito e o dever de exigir que o professor possua conhecimento teórico e prático, inclusive com o devido registro profissional no CREF (Conselho Regional de Educação Física).

Quando se fala em culto ao corpo perfeito, logo o que vem a cabeça são os anabolizantes. Essa é uma palavra que está muito associada a academia, a jovens buscando um corpo perfeito, a vaidade pessoal. Infelizmente muitas pessoas ainda utilizam esses artifícios para um ganho rápido de massa muscular e/ou perda de gordura corporal. Para alguns casos de problemas de saúde, pode ser recomendado o uso de esteroides anabolizantes, mas sempre com controle e prescrição médica.

O uso dos anabolizantes trará benefícios estéticos a curto prazo, mas poderá ocasionar problemas graves e irreversíveis à saúde ao longo do tempo. Só para citar alguns desses efeitos colaterais: aumento da pressão arterial; hipertrofia da próstata que pode ocasionar impotência; insônia; cefaleia (dor de cabeça); ginecomastia (excessivo aumento dos mamilos em homens); câncer; limitação do crescimento; aumento do colesterol; arritmia cardíaca; hepatoxidade (problemas ou lesões no fígado) e morte súbita. Alguns problemas são reversíveis e outros não, como a morte.

Mesmo com esses efeitos nocivos as pessoas se arriscam por uma vaidade pessoal. É o perfil do mundo globalizado do século XXI. A falta de tempo é uma desculpa muito usada pelos praticantes de atividade física. A verdade é que as pessoas não têm paciência para uma melhora gradual, por meio de um treinamento planificado e uma dieta balanceada.

Fonte: Pixabay

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Quando se pensa primeiro na saúde e depois na estética, você acaba atingindo os dois objetivos, tem uma vida mais confortável e equilibrada e, em consequência, terá um corpo bonito.

Não tende imitar ou se basear em atletas profissionais. O treinamento para o esporte de competição, para o esporte de resultado não é sinônimo de saúde. Nem sempre atletas profissionais tem saúde, pelo contrário, muitas modalidades podem abreviar a vida do indivíduo.

Portanto, o problema não é pensar na estética ou buscar um corpo bonito, o problema é como atingi-los e em quanto tempo. Lembre-se, quando se fala em saúde, a pressa e o exagero são inimigos da perfeição, aliás… Nem sei se existe perfeição.

Por Fabio Cunha*

* Técnico de Futebol; mestre em Ciências do Movimento (UnG); pós-graduado em Metodologia da Aprendizagem e Treinamento do Futebol (UGF); pós-graduado em Psicologia Esportiva (UCB); pós-graduado em Treinamento, Técnicas e Táticas Esportivas (Fac. Pitágoras) e Bacharel em Esporte com Habilitação em Treinamento em Futebol (USP). Autor dos livros: Torcidas no futebol: espetáculo ou vandalismo? e Técnico de futebol: a arte de comandar. Palestrante em cursos, seminários e congressos em todo o Brasil.