Nessa entrevista falamos com Antonio Lucas Pierin* para entender um pouco sobre a fisioterapia no futebol.
Quais são as atribuições do fisioterapeuta do futebol?
Trabalhar na promoção da saúde, por meio de medidas de avaliações específicas, prevenção e recuperação de lesões.
Qual a formação necessária para exercer essa função?
Graduação em Fisioterapia + Especialização em Reabilitação nas Lesões do Esporte, além de cursos de técnicas específicas.
Qual a importância de um clube de alto rendimento ter um profissional de fisioterapia integrando a comissão técnica de forma permanente?
A fisioterapia atualmente é vista de uma forma diferente de anos atrás. Antigamente a visão era somente na recuperação, atualmente é na prevenção de lesões e no trabalho multidisciplinar com outros profissionais da área de preparação física e médica.
Como é o trabalho do fisioterapeuta em conjunto com o preparador físico, até onde vai a atuação de cada um?
Em um trabalho visando a prevenção de lesões, o fisioterapeuta deve munir o preparador físico de informações relacionadas as avaliações realizadas, além de realizar intervenções específicas em conjunto com o mesmo. Em um processo de recuperação de lesão, o fisioterapeuta faz o que chamamos de ponte de transição ao preparador físico, entregando o atleta o mais otimizado possível e com o maior número de informações quantitativas e qualitativas.
Como é a atuação do fisioterapeuta nas categorias de base, existe alguma diferença para o profissional?
Total diferença. Na base não é prioridade a recuperação em menor tempo possível, mas sim com a maior quantidade de informações possíveis, sem deixar sequelas e riscos de uma nova lesão. No profissional existe a cobrança de resultados e de toda atmosfera. É necessário um trabalho mais agressivo e ao mesmo tempo sem correr riscos, o que requer experiência nas tomadas de decisões.
Como você vê o mercado atual da fisioterapia no futebol?
Em um momento de crescimento. Uma profissão com grande potencial ainda de valorização. Acredito que ainda temos espaços a preencher, estamos quebrando paradigmas, deixando um pouco aquela cultura do futebol que fez o Brasil ficar para trás em alguns quesitos.
Qual a sua visão sobre o futuro da fisioterapia esportiva no Brasil?
Pegando o gancho da pergunta anterior, só vejo um futuro bom e promissor. A fisioterapia ainda tem muita coisa para conquistar no esporte, muito espaço ainda a ser preenchido.
Quais dicas você daria para quem quer ingressar nessa área? Existe um caminho a seguir?
Como toda profissão, requer dedicação desde a faculdade. Se espelhar nas referências da profissão, sempre buscar o que de mais novo existe na área. Vivenciar experiências, estágios etc., além de entender que os protagonistas são os atletas, e não nós. Fazemos parte de um conjunto, de uma equipe que proporcionará ao atleta a melhor condição para seu máximo desempenho.
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* Antonio Lucas Pierin é fisioterapeuta do CEPRAF (Centro de Excelência em Prevenção e Recuperação de Atletas de Futebol) do Santos F.C. desde 2015; Coordenador da Pierin Fisioterapia desde 2010; Fisioterapeuta das Categorias de Base do Santos F.C. de 2010 a 2014; Consultor da Zenith Jiu Jitsu desde 2013; Especialização em Reabilitação nas Lesões do Esporte pela Unifesp; Graduado em Fisioterapia pela Unisanta.
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