Na entrevista de hoje conversamos com o fisiologista e preparador físico Maurílio Sampaio*.
Quais são as atribuições do fisiologista do esporte?
O papel do fisiologista é monitorar as variáveis fisiológicas que cercam o treinamento, permitindo avaliar o estado do atleta e realizar prognósticos de desempenho, além de corrigir programas de treinamento. Buscar recursos bioquímicos dos atletas e monitorar toda a carga estipulada. Existem diversas maneiras de se controlar a carga. Porém cada fisiologista usa seus meios e métodos em busca da excelência na performance, onde no final os detalhes fazem a diferença.
Qual a formação necessária para exercer essa função?
Ter um curso superior em educação física e fazer uma especialização em fisiologia do exercício.
Qual a especificidade da fisiologia para o futebol?
De uma forma bem simples, coletar dados, aplicar testes, realizar avaliações físicas e sugerir treinos, sempre respeitando os princípios do treinamento e sendo mais específico possível.
Até qual momento o fisiologista pode atuar para não entrar no trabalho do preparador físico?
Cabe ao fisiologista controlar a carga geral, aplicar testes, realizar avaliações físicas, coletar dados estatísticos e bioquímicos e sugerir treinamentos específicos nas capacidades físicas e metabólicas.
O preparador físico pode acumular o trabalho do fisiologista ou já se pode considerar uma função indispensável no esporte?
O preparador físico deve se especializar em fisiologia e acumular o trabalho, não creio que o preparador físico seja indispensável. Já exerci as duas funções em diversos clubes que atuei e me denominei “preparador físiológico”.
Você acha que os clubes de alto rendimento que não possuem fisiologista estão defasados?
Acho que os clubes de alto rendimento devem ter um fisiologista como peça da empresa, como homem de confiança da equipe. Pois o fisiologista é quem tem e saberá interpretar todos os dados do atleta.
Qual a importância do fisiologista nas categorias de base? Como esse profissional pode atuar na formação de atletas?
Controlando os aspectos fisiológicos e maturacionais pertinentes a cada faixa etária, evitando erros futuros, o que favorecerá todos os setores, tático, técnico e físico.
Como você vê o mercado atual da fisiologia no esporte?
Vejo em alto nível, muitos profissionais qualificados. Mas, ainda existe uma preocupação muito grande em usar os dados “do esporte” para a área acadêmica, expondo atletas a coisas que não precisam, principalmente por não ser específico.
Qual a sua visão sobre o futuro da fisiologia no Brasil?
Espero um futuro promissor, levando em conta que o presente da fisiologia do exercício no Brasil é uma das mais conceituadas mundialmente.
Quais dicas você daria para quem quer ingressar nessa área? Existe um caminho a seguir?
Fisiologia do exercício é uma área do conhecimento que você sabe ou não sabe, não tem meio termo, não da para entender mais ou menos, por conta disso fica a dica, em se tratando de fisiologia do exercício, “é estudar muito”, ontem, hoje e sempre. O caminho é a graduação em educação física (principalmente) e a especialização no mínimo em fisiologia do exercício, se atualizar sempre e procurar fazer estágios com os profissionais do mercado.
*MAURÍLIO SAMPAIO (CREF 023870-G/SP) – Fisiologista da Seleção Brasileira de Futebol de Salão; Mestrando em Treinamento Desportivo; Diretor Técnico e Fisiologista na Clínica São Marcos; Preparador Físico e Fisiologista da equipe profissional do C. A. Taboão da Serra; Preparador Físico e Fisiologista da equipe de futsal da Sociedade Esportiva Palmeiras; Preparador Físico de equipes profissionais e categorias de base de futebol e futsal; Pós-Graduado em Treinamento Desportivo; Pós-Graduado em Fisiologia do Exercício; Pós-Graduado em Treinamento Personalizado; Graduado em Educação Física.